TORRE DE MIROKU
Origem
Meishu Sama, fundador da doutrina messiânica, anunciou a iminente concretização do Reino do Céu na Terra, no qual será estabelecido o Mundo de Miroku, pleno de Verdade, Virtude e Beleza.
Seus Ensinamentos enfatizam a contemplação da arte como um elemento essencial para o aprimoramento da espiritualidade, qualificação necessária para a humanidade alcançar uma vivência feliz.
Com o intuito de proporcionar um vislumbre desse Mundo Ideal, o Templo Luz do Oriente se empenhou na construção de um monumento destinado à contemplação da arte e da espiritualidade, a Torre de Miroku.
IDEALIZAÇÃO
Em meados do ano 2000, o Reverendo Minoru Nakahashi (1935-2012), fundador do Templo Luz do Oriente, visitou, em companhia de alguns adeptos, o templo Horyu, localizado na cidade de Nara, Japão. Erigido pelo príncipe Shotoku em 607, o magnífico templo japonês foi reconhecido em 1993 como Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade, pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).
A bela construção causou-lhes tamanha admiração que, ao retornarem, traziam em seus corações o desejo de edificar algo semelhante no Brasil em devoção a Meishu Sama e ao Mundo Ideal anunciado por Ele.
A partir de então, erigir a Torre de Miroku tornou-se objetivo de todos os membros do Templo Luz do Oriente, que, para tal intento, em sinal de gratidão a Kannon – principal divindade na doutrina de Meishu Sama –, dedicaram sua devoção, tempo e recursos materiais para a concretização .
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PROJETO
O projeto elaborado utilizou técnica mista de construção, em que a estrutura interna de vigas e colunas se constituía de concreto armado e a sustentação do telhado, sobreposto em cinco andares, feita no padrão da tradição japonesa de encaixe de madeiras, no qual as vigas são fixas sem a utilização de pregos e parafusos.
Tal metodologia, que alia o conhecimento milenar de sustentação de vigas à engenharia moderna, permitiu à Torre de Miroku ser a primeira no mundo a possuir um vão interno livre até o topo.
TELHAS
As telhas douradas foram inspiradas nas palavras da oração Zenguen Sandji, prece devotada a Kannon. A produção iniciou-se em uma olaria, mas, após a confecção de apenas mil telhas, foi transferida para o Complexo, onde os membros também puderam colaborar com a modelagem, esmaltação e douração das treze mil peças. As telhas do andar superior, as da cumeeira e as do beiral de todos os andares foram esmaltadas com uma tinta trazida do Japão, cuja composição contém ouro; nas demais, foi aplicada uma folheação dourada que não contém o metal precioso em sua fórmula.
ATIVIDADES
VISITAÇÃO - O local recebe visitantes aos finais de semana, ocasião em que são expostos detalhes da simbologia espiritualista oriental, do modelo arquitetônico utilizado na edificação da Torre e do objetivo da construção. Durante o passeio, todos que desejam podem participar de um pequeno cerimonial com a canalização de Johrei. O tour é tanto um momento turístico quanto cultural, além de ser uma oportunidade de conexão com o sagrado.
CULTO MENSAL – Mensalmente é celebrado o Culto de Ação de Graças, uma cerimônia messiânica na qual os participantes entoam preces, escutam Ensinamentos de Meishu Sama e palavras da espiritualidade e recebem Johrei.
Símbolos
A cultura oriental prima pela valorização da arte em todas as áreas da vivência humana. Manifestações artísticas são encontradas tanto em simples utensílios domésticos quanto na prática religiosa, seja na arquitetura dos templos sagrados, seja nos pequenos objetos devocionais, cuja estética impressiona pela beleza e pelo simbolismo que projeta.
No Complexo, ícones da religiosidade oriental são dispostos de maneira que o visitante se deleite e medite sobre seus significados, podendo, assim, integrá-los em seu cotidiano.
KANNON
Kannon, cujo nome significa “Aquele que atende os clamores do mundo” é conhecido como Quan Yin, na China; Avalokitesvara, na Índia; e Chenrezig, no Tibete. Tradicionalmente, a divindade é considerada feminina na vertente chinesa e masculina no budismo japonês e no tibetano.
Em todo o Oriente, desde tempos remotos, a fé em Kannon é amplamente difundida, especialmente entre as vertentes budistas, nas quais a divindade é reverenciada como o “Bodhisatva da Compaixão” e retratada como a expressão da misericórdia, do amor e da paz.
Tal qual acontece com Nossa Senhora no Ocidente, em todo o Oriente são conhecidas várias manifestações e aparições de Kannon, como também inúmeros milagres são relacionados à sua atuação. Na Torre de Miroku está entronizada a imagem de Hinode Kannon, o “Kannon que salva no Alvorecer da Nova Era”, com 8 metros de altura de sua base até o aro – representação do Sol – localizado em suas costas.
DIVINDADES
O santuário do Complexo Torre de Miroku reúne representações de divindades orientais e ocidentais que promovem a salvação da humanidade através do amor, da compaixão e da união:
- Daikokuten, o mais alegre dos sete deuses, é retratado bem gordinho, simbolizando a prosperidade e a fartura. Na doutrina de Meishu Sama, Daikoku é a divindade responsável por providenciar as riquezas necessárias para a construção do Reino do Céu na Terra
- Nossa Senhora da Conceição, misericordiosa deidade que visa a salvação de toda a Humanidade. A imagem, consagrada e trazida do Santuário Nacional de Aparecida para o Complexo Torre de Miroku, foi assentada na capela de estilo ocidental.
- São João Batista é figura fundamental no cristianismo, já que ele batiza Jesus de Nazaré. As características fundamentais de São João Batista são a força e a coragem, qualidades almejadas durante as orações direcionadas diariamente à sua imagem entronizada no Complexo Torre de Miroku.
TYOU ZU YA
Nos primórdios do xintoísmo, as pessoas costumavam se purificar em rios e cachoeiras antes de adentrarem o espaço sagrado dos templos. Com o passar do tempo, tornou-se uma tradição os templos possuírem um recipiente próprio chamado tyou zu ya, a pia de purificação, onde as pessoas realizam o rito de purificação.
O ritual consiste em, primeiramente, lavar a mão esquerda; em seguida, a direita; por último, a mão esquerda deve purificar os lábios antes de estes exprimirem as palavras sagradas contidas nas preces.
No Complexo Torre de Miroku, a tyou zu ya encontra-se na Praça do Sol, antes do início da Rota Sagrada. Dessa forma, os visitantes podem realizar o ritual com água fresca e límpida.
A pia é guarnecida com uma estátua de Kannon, em cuja base está a palavra senshin, formada pelos ideogramas 洗心, que significam “purificar o coração”.
LAGO DE CARPAS
O lago de carpas foi posicionado em frente ao pagode de cinco patamares com a finalidade de constituir um momento especial de interiorização e tranquilização da mente e do coração durante a contemplação do conjunto.
JARDIM ZEN
Um jardim zen mostra uma composição sem árvores, em que a natureza e seus elementos são representados apenas por pedras e areia. Certas pessoas o consideram simples demais, mas esse efeito é proposital e visa expressar o valor da quietude e da interioridade.
KINRYU
O dragão é considerado, desde sempre, uma divindade que reside nas águas.
Segundo lendas antigas, Kinryu, o Dragão Dourado, é a divindade protetora que acompanha Kannon. Esse dragão sempre aparece carregando uma esfera de cristal, o mani, representação de uma força capaz de realizar todos os desejos.